domingo, 14 de setembro de 2025

7. Caminhando, Pesquisando e Cantando


São Paulo, Brasil, 14 de setembro de 2025.

Instagram: @escritasenarrativas

Artista Professor Daniel Rodrigues Hernandez.

Blog Escritas e Narrativas.

 

7. CAMINHANDO, PESQUISANDO E CANTANDO

 

Referências Bibliográficas:

CHALMERS, A. F. O que é ciência afinal?. São Paulo: Brasiliense, 1993. p. 23-45.

CHAUI, Marilena. Filosofia. Serie Novo Ensino Médio. São Paulo: Editora Ática, 2001.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

 

Muito obrigado por ter chegado até aqui!

 

Gratidão de coração mesmo!

 

Gratidão e sejam todos e todas bem-vindos e bem-vindas ao nosso Blog Escritas e Narrativas!

 

6. Caminhando, Pesquisando e Cantando

 São Paulo, Brasil, 14 de setembro de 2025.

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6. CAMINHANDO, PESQUISANDO E CANTANDO

 

A ciência não é neutra! Essa afirmação incide sobre a discussão que promovemos a partir desse excerto freiriano e que percebemos principalmente na teatralização  do pragmatismo, ceticismo, dogmatismo e relativismo que apresentaram diferentes perspectivas dentro da ciência que servem a diferentes interesses e foram construídas histórica, cultural e socialmente.

Não concordamos com aqueles que nos excertos em que nos contrapomos ao longo do texto “proclamam que o homem deve avançar e conquistar o universo”, não possuímos um vício que nos leve a esse horizonte; menos ainda com “os tecnocratas (que) adoram dizer-nos que a ciência tornará a vida mais confortável”. O “cogito ergo sum” (penso, logo existo) do pensamento cartesiano pode ser insuficiente após os estudos de Antônio Damásio (O Erro de Descartes), porém a indagação em torno daquilo que está em nosso entorno seja na natureza ou na humanidade leva a uma curiosidade inicial que pode vir a constituir-se enquanto “curiosidade epistemológica” (FREIRE, 1997) que deve acompanhar a necessária rigorosidade científica para a construção do conhecimento. Não com palavras difíceis e vocabulário rebuscado, mas com clareza e estruturação na exposição de ideias. Assim, pode se produzir ciência!

(...)

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Gratidão pela leitura!

5. Caminhando, Pesquisando e Cantando


 São Paulo, Brasil, 14 de setembro de 2025.

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5. CAMINHANDO, PESQUISANDO E CANTANDO

 

As leituras e discussões em grupo ressoaram em uma releitura da Pedagogia da Autonomia (FREIRE, 1997), em que o autor em discussão sobre a temática do racismo, o autor afirma que “me torno tão falso quanto quem pretende estimular o clima democrático na escola por meios e caminhos autoritários. Tão fingido quanto quem diz combater o racismo, mas perguntado se conhece Madalena diz: ‘Conheço-a É negra, mas é competente e decente. (...) A compreensão do papel das conjunções que, ligando sentenças entre si, impregnam a relação que estabelecem de certo sentido, o de causualidade, falo porque recuso o silêncio, o de adversidade, tentaram dominá-lo mas não conseguiram, o de finalidade, Pedro lutou  para que ficasse clara a sua posição, o de integração, Pedro sabia que ela voltaria, não é suficiente para explicar o uso da adversativa mas na relação entre a sentença Madalena é negra e Madalena é competente e decente. A conjunção mas aí, implica um juízo falso, ideológico,: sendo negra, espera-se que Madalena nem seja competente nem decente. (...) A razão é ideológica e não gramatical (FREIRE, 1997: 53/54) (Grifos do autor).

Esse excerto retirado da obra de Paulo Freire aponta para os interstícios e ramificacoes da ciência na nossa vida social. O racismo, discriminação e preconceito constituem uma “razão ideológica” que justificariam os juízos de falso valor, como “João é favelado, mas é honesto e trabalhador”. A essa causualidade formulada por conjunções devemos verificar e indagar a ideologia impregnada nessa afirmação, colocando em adversidade (pela conjunção mas) o favelado que seria o sujeito João aos adjetivos de trabalhador e honesto, que não “combinariam” com uma pessoa oriunda da favela.

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4. Caminhando, Pesquisando e Cantando

 

São Paulo, Brasil, 14 de setembro de 2025.

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4. CAMINHANDO, PESQUISANDO E CANTANDO

 

Elas foram apresentadas por CHALMERS (1993) em seu texto O que é ciência afinal? (Inditivismo: Ciência como conhecimento derivado dos dados da experiência) onde o autor aponta as seguintes concepções de senso comum sobre a ciência que são difundidas e aceitas socialmente. São elas:

 

“Conhecimento científico é conhecimento provado. As teorias científicas são derivadas de maneira rigorosa da obtenção dos dados da experiência adquiridos por observação e experimento. A ciência é baseada no que podemos ver, ouvir, tocar, etc. Opiniões ou preferências pessoais e suposições especulativas não têm lugar na ciência. A ciência é objetiva. O conhecimento científico é conhecimento confiável porque o conhecimento é provado objetivamente” (CHALMERS, 1993: 23).

 

Diferentemente dessas abordagens a introdução ao conhecimento científico que indicam perspectivas de senso comum como a “ciência enquanto conhecimento provado” ou ainda que “o conhecimento científico é conhecimento confiável porque o conhecimento é provado objetivamente”, o curso de Introdução à Pesquisa Educacional, ministrado pela Professora Carlota Boto, indica a construção do conhecimento impregnada pelo rigor científico e com as influencias de nossa subjetividade em torno do objeto sobre o qual nos debruçamos sem nos distanciarmos da rigorosidade necessária e da epistemologia que deve compor a construção do conhecimento científico.

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3. Caminhando, Pesquisando e Cantando

 São Paulo, Brasil, 14 de setembro de 2025.

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3. CAMINHANDO, PESQUISANDO E CANTANDO

 

O que é ciência? CHAUI (2001) aponta que são três as principais concepções de ciência ou de ideais de cientificidade são: o racionalista; o empirista; e o construtivista.

Advindo do pensamento grego até o final do século XVII o Racionalismo indica que a ciência é um “conhecimento racional dedutivo” (CHAUI, 2001: 113). É, então, capaz de provar a partir de seus próprios enunciados e resultados uma verdade necessária e universal. Concebe a ciência como uma sistematização de postulados, definições e axiomas. As propriedades e natureza de seu objeto, e de demonstrações, evidenciam as relações de causualidade que regem o objeto investigado.

O Empirismo pressupõe a ciência como uma “interpretação dos fatos baseados em observações e experimentos que permitem estabelecer induções que, ao serem completadas, oferecem a definição do objeto, suas propriedades e suas leis de funcionamento” (CHAUI, 2001: 113/14).  Sua origem remete-se à medicina grega e o pensamento aristotélico até o final do século XIX. A perspectiva empírica incide sobre uma teoria científica resultante da observação e de experimentos, valendo-se da experiência não apenas para a confirmação de conceitos, mas para a produção dos mesmos.

A terceira perspectiva apontada, a Construtivista, tem seu início no século XX. Sua concepção “considera a ciência uma construção de modelos explicativos para a realidade e não uma representação da própria realidade” (CHAUI, 2001: 114). Aponta-se para a idéia de um conhecimento que se apresenta como passível de correção e aproximativo. Seu objeto de conhecimento é fruto de uma construção intelecual-lógica e a partir de experimentos, que não apresenta uma realidade em si, mas o modelo estruturante e dos modos que funcionam uma dada realidade, promovendo uma explicação sobre o que foi observado acerca de seus fenômenos. Trata-se não de uma realidade integral, mas uma realidade aproximal que possa vir a ser corrigida, de acordo com a adequação de sua fenomenologia.

A proposta de abordar diferentes perspectivas de ciência é promover uma critica em torno das abordagens de senso comum e dissimuladas em torno do conhecimento científico.

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2. Caminhando, Pesquisando e Cantando

 

São Paulo, Brasil, 14 de setembro de 2025.

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2. CAMINHANDO, PESQUISANDO E CANTANDO

 

A partir dessas categorias, são suscitadas questões para o  cerco epistemológico que devemos lançar mão para o desenvolvimento de uma pesquisa científica. Essas categorias apesar de não comporem um método cientifico apresentam-se enquanto condição sine qua non para a epistemologia da pesquisa e construção do conhecimento científico.

Podemos exemplificar com uma pesquisa de Mapeamento de Crianças e Adolescentes em situação de rua e de trabalho infantil que vimos participando no município de São Paulo.

Seu tempo é o biênio de 2006/07. Seu espaço corresponde às áreas das subprefeituras de São Paulo que indicaram a incidência de crianças e adolescentes nessa situação. Sua causa aponta para a necessidade de mapeamento de uma população em vulnerabilidade que utiliza a rua como espaço de moradia ou trabalho. Sua quantidade advém de Censo realizada anteriormente pela Secretaria de Assistência Social de São Paulo que registra pontos em diferentes endereços em que existe incidência da localização de crianças e adolescentes que vivem ou trabalham nas ruas. Sua finalidade é caracterizar essa população quantitativa e qualitativamente visando o fomento de políticas públicas que possam atender essa população no sentido da garantia de seus direitos sociais.

Esse exemplo é incorporado à nossa dissertação para ilustrar a importância das categorias kantianas na estruturação de uma pesquisa. Com as críticas devidas ao utilitarismo à que muitos pesquisas podem ser destinadas é importante destacar a pesquisa científica enquanto metodologia também de construção do conhecimento científico e não apenas como uma visão deturpadora ou advinda do senso comum que concebe a pesquisa como indicativo de uma “ciência aplicada” ou enquanto “ciência útil”. É importante lembrar da relevância social da ciência.

Pensar que a ciência irá “destruir o único mundo que o conservador conhece”, ou ainda “envenenar o paraíso do devir progressista” é ignorar as contribuições do conhecimento científico e criar um embróglio que poem em xeque a ciência de uma maneira perniciosa, atribuindo-lhe um caráter de periculosidade em torno de um projeto de transformação social ou de manutenção do status quo, diante do qual o método cientifico iria deturpar a sociedade, de acordo com a ideologia progressista ou conservadora que identifica o seu habitus “ameaçado” pela ciência.   


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1. Caminhando, Pesquisa e Cantando


São Paulo, Brasil, 14 de setembro de 2025.

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1. CAMINHANDO, PESQUISANDO E CANTANDO

 

UM PROJETO PARA KANT

 

“O conservador teme que a ciência destrua o único mundo que ele conhece; o progressista imagina que ela envenenará o paraíso que está por vir; o democrata acautela-se contra a tirania da técnica; o aristocrata teme a tendência niveladora da máquina. Os arrazoados da defesa são igualmente incoerentes: uns dizem que o progresso científico é automático e inevitável; outros que o futuro deve ser determinado pelo planejamento racional; os tecnocratas adoram dizer-nos que a ciência tornará a vida mais confortável; os viciados em espaço proclamam que o homem deve avançar e conquistar o universo”.

 

Os excertos expostos acima se contrapõem às perspectivas de ciência apresentadas em sala de aula em discussões acerca do método científico e da concepção de ciência construída histórica, cultural e socialmente pela humanidade. Soma-se ainda uma bibliografia que corrobora com uma visão crítica em torno da pesquisa científica que é suscitada nas exposições da professora e nos diferentes pontos de vista apresentados pelos alunos que questionam definições simplistas e equivocadas como as indicadas acima.

Visões reducionistas da ciência, impregnadas de um pensamento que tem sua assunção a partir do senso comum ou de impressões acerca do conhecimento cientifico com receio de desmembramento da sociedade ou uma panacéia que leva ao progresso são marcas sociais que vão de encontro à proposição de categorias que contribuem com o manejo do objeto científico, como nos aponta Kant em sua “Crítica à Razão Pura”, construída a partir da sua crítica à idéia de causualidade de Hume. São essas categorias: tempo, espaço, causa, quantidade, finalidade, particularidade e universalidade.

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Gratidão e Boa leitura! 

Sobre príncipes: dos maquiavélicos aos pequenos

São Paulo, Brasil, 1 5  de setembro de 2025.  Instagram: @escritasenarrativas Artista Professor Daniel Rodrigues Hernandez. Blog  Escritas e...