quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Da crise docente...

 São Paulo, Brasil, 03 de setembro de 2025.


Artista Professor Daniel Rodrigues Hernandez. Escritas e Narrativas.


Da crise docente


Ontem, ao assistir uma entrevista coletiva de um jogador da atual seleção brasileira (sim, o nosso escrete pentacampeão, como diria Chico Buarque “ai que saudade dos meus 12 anos.” E hoje, ai que saudades do tempo que a seleção era do Brasil com identidade e identificação com o povo brasileiro) reparei que o jogador se referiu ao técnico sem chamá-lo de professor. O técnico é o Ancelotti. Não é o professor Ancelotti. Sabe, em muitos momentos da história do futebol brasileiro o técnico era chamado de professor. Não por ser o mestre, o docente, mas como referência. Até mesmo a referência de muitos jogadores que não frequentavam a escola (algo obrigatório hoje). Sabe, na escola também não se tem mais o hábito de chamar o docente de professor.


- Pode chamar pelo nome mesmo! Prefiro assim!

- Não sou professor, sou seu amigo!

- Professor? Imagina! Eu sou o mediador da construção do seu conhecimento!

Como nos diz Paulo Freire em seu texto Professora Sim, Tia Não “ensinar é profissão que envolve certa tarefa, certa militância, certa especificidade no seu cumprimento enquanto ser tia é viver uma relação de parentesco. Ser professora implica assumir uma profissão enquanto não se é tia por profissão. Se pode ser tio ou tia geograficamente ou afetivamente distante dos sobrinhos mas não se pode ser autenticamente professora, mesmo num trabalho a longa distância, “longe” dos alunos.”

Sendo assim, cabe a nós resgatar a docência (e a decência) do ser professor e professora. Pensar em nossos símbolos nacionais como a representação da nossa pátria e de um orgulho de sermos brasileiros e brasileiras sem nenhum ufanismo. E, sobre a nossa crise docente, faça o exercício de lembranças dos seus professores e professoras que lutam diariamente para que o conhecimento, sua crença de mudança e de sentimento de mundo como diria Drummond para rememorar o quanto as lutas e a fé pedagógica que move esses profissionais da Educação ajudando para não morram jamais a docência e a decência professoral como o samba das favelas e de Alcione “não deixe o samba morrer. Não deixe o samba acabar. O morro foi feito de samba. De samba pra gente sambar.”

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