São Paulo, Brasil, 14 de setembro de 2025.
Instagram: @escritasenarrativas
Artista Professor Daniel Rodrigues Hernandez.
Blog Escritas e Narrativas.
5. CAMINHANDO, PESQUISANDO E CANTANDO
As leituras e discussões em grupo ressoaram em uma releitura da Pedagogia da Autonomia (FREIRE, 1997), em que o autor em discussão sobre a temática do racismo, o autor afirma que “me torno tão falso quanto quem pretende estimular o clima democrático na escola por meios e caminhos autoritários. Tão fingido quanto quem diz combater o racismo, mas perguntado se conhece Madalena diz: ‘Conheço-a É negra, mas é competente e decente. (...) A compreensão do papel das conjunções que, ligando sentenças entre si, impregnam a relação que estabelecem de certo sentido, o de causualidade, falo porque recuso o silêncio, o de adversidade, tentaram dominá-lo mas não conseguiram, o de finalidade, Pedro lutou para que ficasse clara a sua posição, o de integração, Pedro sabia que ela voltaria, não é suficiente para explicar o uso da adversativa mas na relação entre a sentença Madalena é negra e Madalena é competente e decente. A conjunção mas aí, implica um juízo falso, ideológico,: sendo negra, espera-se que Madalena nem seja competente nem decente. (...) A razão é ideológica e não gramatical (FREIRE, 1997: 53/54) (Grifos do autor).
Esse excerto retirado da obra de Paulo Freire aponta para os interstícios e ramificacoes da ciência na nossa vida social. O racismo, discriminação e preconceito constituem uma “razão ideológica” que justificariam os juízos de falso valor, como “João é favelado, mas é honesto e trabalhador”. A essa causualidade formulada por conjunções devemos verificar e indagar a ideologia impregnada nessa afirmação, colocando em adversidade (pela conjunção mas) o favelado que seria o sujeito João aos adjetivos de trabalhador e honesto, que não “combinariam” com uma pessoa oriunda da favela.
(...)
Continua na próxima postagem!
Gratidão pela leitura!
Nenhum comentário:
Postar um comentário