domingo, 14 de setembro de 2025

2. Caminhando, Pesquisando e Cantando

 

São Paulo, Brasil, 14 de setembro de 2025.

Instagram: @escritasenarrativas

Artista Professor Daniel Rodrigues Hernandez.

Blog Escritas e Narrativas.


2. CAMINHANDO, PESQUISANDO E CANTANDO

 

A partir dessas categorias, são suscitadas questões para o  cerco epistemológico que devemos lançar mão para o desenvolvimento de uma pesquisa científica. Essas categorias apesar de não comporem um método cientifico apresentam-se enquanto condição sine qua non para a epistemologia da pesquisa e construção do conhecimento científico.

Podemos exemplificar com uma pesquisa de Mapeamento de Crianças e Adolescentes em situação de rua e de trabalho infantil que vimos participando no município de São Paulo.

Seu tempo é o biênio de 2006/07. Seu espaço corresponde às áreas das subprefeituras de São Paulo que indicaram a incidência de crianças e adolescentes nessa situação. Sua causa aponta para a necessidade de mapeamento de uma população em vulnerabilidade que utiliza a rua como espaço de moradia ou trabalho. Sua quantidade advém de Censo realizada anteriormente pela Secretaria de Assistência Social de São Paulo que registra pontos em diferentes endereços em que existe incidência da localização de crianças e adolescentes que vivem ou trabalham nas ruas. Sua finalidade é caracterizar essa população quantitativa e qualitativamente visando o fomento de políticas públicas que possam atender essa população no sentido da garantia de seus direitos sociais.

Esse exemplo é incorporado à nossa dissertação para ilustrar a importância das categorias kantianas na estruturação de uma pesquisa. Com as críticas devidas ao utilitarismo à que muitos pesquisas podem ser destinadas é importante destacar a pesquisa científica enquanto metodologia também de construção do conhecimento científico e não apenas como uma visão deturpadora ou advinda do senso comum que concebe a pesquisa como indicativo de uma “ciência aplicada” ou enquanto “ciência útil”. É importante lembrar da relevância social da ciência.

Pensar que a ciência irá “destruir o único mundo que o conservador conhece”, ou ainda “envenenar o paraíso do devir progressista” é ignorar as contribuições do conhecimento científico e criar um embróglio que poem em xeque a ciência de uma maneira perniciosa, atribuindo-lhe um caráter de periculosidade em torno de um projeto de transformação social ou de manutenção do status quo, diante do qual o método cientifico iria deturpar a sociedade, de acordo com a ideologia progressista ou conservadora que identifica o seu habitus “ameaçado” pela ciência.   


(...)


Continua na próxima postagem!


Gratidão pela leitura!

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