sábado, 6 de setembro de 2025

Quando o mundo lá fora também é uma prisão…

 São Paulo, Brasil, 06 de setembro de 2025. Instagram: @escritasenarrativas

Artista Professor Daniel Rodrigues Hernandez. Escritas e Narrativas.

Crônica do dia sobre novela (da realidade à dramaturgia)

        A saga de Ryan (L7nnon) ao sair da prisão na novela Dona de Mim e se reaproximar de um círculo mais próximo com o seu filho Dedé (Lorenzo Reis), sua ex-namorada Kamila (Giovana Lancelotti), seu amigo Marlon (Humberto Morais) que agora trabalha na polícia e Leona (Clara Moneke) que hospeda Ryan na sua casa com a sua avó Yara (Cyda Moreno) e sua irmã Stephany (Nikolly Fernandes) e, principalmente, com o seu irmão Lucas (Pedro Henrique Ferreira) e o empreendimento do seu advogado Yuri (Jean Paulo Campos) em libertá-lo.

        Porém, não bastava o passado e o fantasma de pertencer ao mundo do crime ainda, o preconceito de Samuel (Juan Paiva) ao não permitir a convivência mais próxima de sua irmã Sofia (Elis Cabral) com Ryan devido ao fato de sua prisão anterior. Será que no lugar do Samuel faríamos o mesmo para “proteger” um ente querido de alguém que sempre carregará o estigma de ex-presidiário? E quando o mundo lá fora também é uma prisão? O que você faria?

        Ao sair de uma prisão a grande dificuldade é enfrentar o estigma de ter sido preso em que, ainda que a sentença tenha sido cumprida da melhor maneira possível e com êxito, o rótulo de ex-presidiário acompanhará sempre a que esteve vivendo em uma prisão.

        Sendo assim, superar esse cancro social é um desafio pois o Ryan, pai do Dedé e ex-namorado da Kamila não pode – segundo Samuel – conviver com Sofia justamente na casa de Leona (que representa brilhantemente a diversidade e a representatividade negra na novela) que foi sua babá mas que agora acolhe um ex-presidiário (como se esse fosse um problema tão grave) em que o preconceito se apresenta aqui escamoteado mas que dói visceralmente em Ryan.

        Ir para uma prisão não é mérito ou conquista de ninguém mas deve ser tratado como espaço de reconstrução e recomeço de vida a quem desejar que seja assim essa passagem. O problema é o julgamento da sociedade onde Ryan deve se inspirar como nos diz Noite Ilustrada “reconhece a queda e não desanima. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.” A pior prisão que fazemos é ocultar os nossos sentimentos de bem porque a sociedade evidencia um mal que pode ser superado e enfrentado. Estamos juntos Ryan!

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