domingo, 14 de setembro de 2025

3. O Discurso Pedagógico entre a Arte e a Ciência


São Paulo, Brasil, 14 de setembro de 2025.

Instagram: @escritasenarrativas

Artista Professor Daniel Rodrigues Hernandez.

Blog Escritas e Narrativas.

 

3. O DISCURSO PEDAGÓGICO ENTRE A ARTE E A CIÊNCIA

 

AZANHA (1992: 53) ao analisar o “abstracionismo pedagógico” presente em estudos sobre a educação brasileira, verifica que o discurso difundido sobre a realidade educacional do país aponta que “há décadas sucedem-se análises da escola brasileira de 1º grau, concluindo as mesmíssimas coisas: insuficiência numérica e má qualidade. Embora a primeira característica seja uma simples questão de estatísticas e, portanto, quase indiscutível, com relação à má qualidade o fundamento empírico é quase impalpável, porque os estudos que veiculam a tese são desacompanhados das laboriosas descrições indispensáveis e substituídas pela superficialidade abstracionista que ignora a riqueza do real, classificando-o por meio de esquemáticas contrafações teóricas. Para nós, contudo, a questão que permanece está no discutível valor desses exercícios abstracionistas que, evidentemente, não representam a totalidade das investigações sobre a realidade educacional brasileira, mas que inegavelmente pontificam sobre o assunto. Nesses estudos, a entidade focalizada – a escola brasileira – não tem vinculação semântica com a realidade educacional do país”.

É elucidada no excerto citado acima, a incidência de uma análise da educação no Brasil embasada na apuração quantitativa que não dialoga com dados reais e aspectos qualitativos do objeto de pesquisa sobre o qual está se debruçando, difundindo desse modo um discurso “abstracionista” que não leva em consideração o real, e classificando seus resultados numa perspectiva analítica que se traduz apenas em esquemas teorizados que não vão representar globalmente uma investigação acerca da educação brasileira.

Para continuarmos a nossa análise sobre o discurso e suas imbricações, nos remetemos à ótica do “discurso competente” preconizado por CHAUI (1989: 11) que, enquanto discurso do conhecimento, “sabemos que é o discurso do especialista, proferido de um ponto determinado da hierarquia organizacional.

(...)

Continua na próxima postagem!

Gratidão pela leitura!

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