sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Sobre anistia…

São Paulo, Brasil, 05 de setembro de 2025. Instagram: @escritasenarrativas

Artista Professor Daniel Rodrigues Hernandez. Escritas e Narrativas.

Crônica do dia sobre política (entre esquerda e direita que vigore a sensatez)

        Anistia pra quem? Os atos do 08 de janeiro de 2023 perpassam até hoje o imaginário político nacional. Se a prisão ou o tempo de prisão ou condições de cada preso são o que justificam a Anistia, assim faz sentido. Porém, a iniciativa da direita em Brasília colocou essa semana em xeque os anseios de fato da Anistia. Afinal, se a Anistia está posta para manifestantes que encamparam um aspecto ideológico em que uma democracia em que vivemos (graças à luta de muitos personagens da nossa história que também lutaram pela Anistia como na canção O bêbado e o equilibrista eternizada na voz de Elis Regina com “a volta do irmão do Henfil e de tanta gente que partiu no rabo de um foguete. Chora a nossa pátria mãe gentil”) por que ela está sendo posta para votação apenas após o resultado do julgamento do ex-presidente e seus ministros envolvidos em uma trama golpista que tem sido investigada e agora julgada?

        O direito à Anistia é de fundamental importância a ser debatido enquanto direito humano. As prisões do 08 de janeiro são decorrentes das manifestações de uma ideologia em que a vitória na eleição e não aceitar que um partido em oposição diametral tenha ganho as Eleições democraticamente. E, se manifestar livremente, é um direito conquistado em nossa história também tanto à esquerda quanto à direita no Brasil onde se diz das “4 linhas da democracia.”

        Se a democracia é de fato o jogo a ser jogado não faz sentido com a Anistia em pauta no Congresso pronta para ser votada pelas manifestações desde 2021, como se coloca agora, aguardar um julgamento visando anistiar os seus condenados, caso se confirme a condenação em seus julgamentos.

        Sendo assim, a Anistia só tem coerência e sensatez (principalmente) se não interferir no resultado do julgamento que estamos assistindo essa semana em Brasília. Anistia deve ser para apagar punições de crimes, extinguindo a sua punibilidade. Será que é realmente o caso de Anistia para esse julgamento da trama golpista ou será que a votação aguardada no Congresso Nacional seria mais um jogo de cartas marcadas com o xeque-mate previsto no tabuleiro da corrupção? Por hoje, só consigo dizer com Chicó (Selton Mello) do filme O auto da compadecida (2000) “não sei. Só sei que foi assim.”

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