São Paulo, Brasil, 05 de setembro de 2025. Instagram: @escritasenarrativas
Artista Professor Daniel Rodrigues Hernandez. Escritas e Narrativas.
Crônica do dia sobre futebol (ainda a alegria do povo)
Os cavaleiros de Lancelot… desculpe, o esquadrão de Ancelotti (pois ver a seleção jogar bem e convencer de fato é de tempos recônditos a serem rememorados como na idade da távola redonda) nos ofereceram uma noite de gala no Maracanã. Do golaço de Estevão no primeiro tempo, com o gol de Lucas Paquetá no segundo tempo (a cidade de Paquetá estava jogando mais em qual casa de apostas ontem?) e encerrando com o gol de Bruno Guimarães e um jogo idílico de Luiz Henrique no segundo tempo coroando o que os torcedores queriam ver ontem no Maracanã: o brasil jogar como Brasil!!
Os caminhos e as veredas que nos trouxeram a esses dois jogos (contra o Chile e a Bolívia) encerrando a aterradora participação da nossa seleção nas Eliminatórias embalsamados no 4x1 de um tango argentino bailado no estádio Monumental de Nuñez apresentam com a chegada de Carlo Ancelotti e a persistente ausência de Neymar talvez um novo horizonte para o futebol brasileiro.
Eu me pergunto se os atletas e a comissão técnica já assistiram ao filme Invictus (filme de 2009 em que Morgan Freeman interpreta Nelson Mandela) mostrando a saga da África do Sul para vencer a Copa do Mundo de Rugby e superar os resquícios, interstícios e fantasmas do Apartheid. Como a seleção brasileira pode vencer o retorno ao complexo de vira-latas de Nelson Rodrigues e a evidente pretensão de uma superioridade que não nos levou ao espírito de Muchachos (canção que marcou a trajetória da Argentina Copa do Mundo do Catar em 2022 por ela vencida)?
Primeiro assistindo Invictus! Depois visitando as comunidades e jogos da várzea em que o futebol brasileiro assume a sua identidade transpondo sua europeização que leva meninos como os do Palmeiras recentemente (Estevão e Endrick) e Flamengo (Vinícius Jr.) com 18 anos completados a mudar de continente precocemente.
Ontem o Maracanã viu o DNA do futebol pentacampeão. A Argentina se despediu de Messi em jogos oficiais em casa. E quem sabe possamos ser de novo nos Estados Unidos, Canadá e México (e nos Estados Unidos fomos tetra e no México tricampeões mundiais) agora “212 milhões em ação pra frente Brasil, salve a seleção! De repente é aquela corrente pra frente. Parece que todo o Brasil deu a mão! Todos ligados na mesma emoção. Tudo é um só coração! Todos juntos vamos! Pra frente Brasil! Salve a seleção!” Talvez essa lembrança de 1970 seja da Copa da ditadura e o filme O ano que meus pais saíram de férias (Brasil, 2007) traduz bem essa ideia e simbologia, mas quem sabe o espírito de uma democracia corintiana que condena o golpe no Brasil possa embarcar para esse tal de United States. Nunca foi só sobre futebol...
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